
Hoje acordei pensando nas relações. Nos encontros e desencontros da vida, nas pessoas que passaram e pontuaram sua presença em minha biografia, algumas de forma definitiva, outras de forma fugaz ou não, muitas vezes me mostrando rumos ou tirando do rumo.
O quanto aprendemos com o outro, o quanto nos mostram de nós mesmos. Ao nascer temos a família, berço de nosso desenvolvimento e desde cedo já começam as relações. Não temos como crescer sem conviver e aprender com outros seres humanos, eles nos mostram o espelho de nós mesmos, são na realidade o percorrer de nosso caminho de iniciação aqui nessa vida.
O quanto aprendemos em todos os sentidos, quantos bálsamos de relações nos trazem carinho, afeto, solidariedade. Quantos bons momentos na vida desfrutamos a partir de pessoas que nos são afins? Quantos bálsamos de palavras confortadoras, encorajadoras vem de quem amamos, mas às vezes, de encontros fortuitos e momentâneos em que a palavra certa parece como um mantra naquele momento exato? Presentes da vida!
As relações difíceis são desafios, crises, verdadeiros aprendizados. Quando paramos de culpar o outro e passamos a ver qual desafio nos traz e o que devemos aprender com esse tipo de relação, um grande alívio surge no coração. Se mantemos a relação ou não faz parte do quanto tempo esse aprendizado se faz necessário, se o outro percebe seu ser e deseja também adequar-se para um melhor relacionamento ou se o esforço é caminho de mão única. Temos então muitas vezes, a difícil atitude de decidir se essa relação nos faz bem ou não, se queremos ou não mantê-la como está ou se é hora dos caminhos se separarem por mais que isso nos custe afetivamente falando. Costumo dizer que todo relacionamento, em todos os níveis, é como uma balança com pratos – enquanto o pese mais o prato do lado bom ou no máximo se equilibre, vale a relação, porém na hora que permaneça o prato do desconforto e toxicidade pesando mais, é hora de tomar atitude. Quantos relacionamentos mantemos apenas porque achamos que o outro vai se magoar ou ficar zangado ou se decepcionar ou por medo ou não vai entender ou tantos outros motivos? Quantos relacionamentos se tornam não fluidos para nós mas nos sentimos dependentes e temos medo de alçar um voo solo? A relação nos faz crescer, é próspera? Traz calor no coração ou apenas aborrecimentos e insatisfação? É uma estrada de mão dupla? O que diz meu coração? Lembrar que o coração é o dono da CORagem (ação do coração). Essas relações também são presentes da vida pois nos fazem crescer como ser humano consciente, senhores de nossa biografia.
Os encontros acontecem em nossa vida, muitos deles são cármicos e outros de primeira vez, mas como desenvolvemos essas relações é livre arbítrio. Somos livres para decidir esse aspecto e assim sermos ou não responsáveis pela felicidade do outro é apenas decisão nossa, assim como o preço dessa atitude.
Os encontros e as relações surgem então como presentes da vida, como fontes de aprendizado e percepção de quem realmente somos. O aprendizado é constante, não tem dia sem que algo de novo aconteça, o milagre de cada dia dessa nossa estrada chamada biografia, cabe a nós, perceber ou não.
24 Comentários
Ótimo texto e verdadeiro. Você é um presente na minha vida, Heloisa, desde a médica cuidadosa, atenciosa e sensível com seus pacientes e também a amiga que abre caminhos e espaços para quem quer trilhar ao seu lado. Gratidão!
Obrigada Mirna querida! Eu que agradeço!
Maravilhoso! Esclarecedor! Uma reflexão que nos traz aprofundamento em nós. Gratidão
O que nos traz cada encontro? O que de nós há em cada um, pelo outro… Obrigada!
Helô, você cruzou meu caminho, e eu sou só gratidão a D’us por ter encontrado uma essência tão proxima da minha como a sua, principalmente na sua alegria, amor, luz, lucidez, paixão, vontade, Verdade e por aí vai, você sabe que sou muito franca nas minhas posições, eu me apaixonei pela primeiro pela professora Heloísa depois pelo lindo ser humano que chamo carinhosamente de Helô.
Grata por me permitir que eu continuasse podendo continuar de alguma forma cruzando o seu caminho.
Você é realmente especial para mim.
Amei o texto, que você acorde sempre com essa inspiração repleta de lucidez e nos brinde com suas palavras que tocam nosso coração
Obrigada, Viviane! Encontros! Tão especiais! Gratidão a voce por mantermos viva essa nossa amizade!
Bom dia minha querida Helô! Seu texto fala de encontros, sou grata a D’us por nosso encontro, por perceber sua essência. Eu acredito que nosso encontro foi de almas afins.
Bjus com carinho no seu coração❤❤
Com certeza, Viviane! Obrigada!
O que diz meu coração?
É o que procuro ouvir com atenção.
Me leva a sentir e a refletir sobre os presentes da vida .
O presente do encontro com você, gentilmente conduzindo a novos saberes do autoencontro.
E mais Carlos e a Mônica , fazem parte deste kit.
Só gratidão!
A minha gratidão é enorme! Saudades querida! Obrigada pelo comentário!
Mais um “tiro” certeiro em nossa sensibilidade! Aprendemos, refletimos e nos conscientizamos a partir e com o outro! Parabéns, mais uma vez, pelo texto!!!
Cora Coralina diz que: nada do que fazemos faz sentido se não tocarmos o coração das pessoas! Obrigada Lea!
Que texto interessante. Realmente todos que cruzam o nossos caminho tenha um só proposito nos ensinar a arte de amar.
Cada vez mais claro! Obrigada!
Obrigada Helô! Texto lindo. Sempre pensando na biografia com os caminhos que você me ensinou a olhar! Beijos!
A biografia nos traz tantas faces de nossa história, não é Hilda? Agradeço muito seu comentário. Apareça!
Uma delicinha o texto, Helo, nos traz a reflexão de nossos “espelhos”, encontros e desencontros nessa vida, de forma suave e acolhedora como é o seu estilo de ser.
Bjs
Grata, Marta querida! e vamos nos encontrando por ai, não é? Bjs
Gratidão!!!
Belíssimo texto!!
Realmente vc é um presente da vida para mim e todos q tem esse prazer em te conhecer!
Beijo carinhoso!
Obrigada Clésia! Tenho profunda gratidão pelos encontros de minha vida, dentre esses, conhecer voce! Um presente! Beijos
Que lindo texto Heloísa. Parabéns!
Grata por compartilhar sua inspiração.
Abraços calorosos
Grata, Eva! Abraços, todo carinho
Acredito também que todos os encontros, sejam curtos ou duradouros, que tenham deixado alegria ou dor, todos são necessários para nosso aprendizado. Como você disse, o outro fala sobre nós. Precisamos sempre estar atentos para nos observar e transmutar o que for necessário. Esse é o sentido da nossa caminhada.
Bjos, Helô!
É isso mesmo, Kamilla! Obrigada! Bjos